terça-feira, 23 de março de 2010

Pododermatite em aves de cativeiro



Pododermatites em aves de cativo
Pododermatite é o nome científico dado para problemas inflamatórios dos membros inferiores das aves. Existem muitas causas para esta patologia, dentre elas temos:
Pododermatite de contato: Ocorre quando há condições favoráveis a bactérias, como o excesso de umidade, Falta de higiene, poleiros com sujidades e também o contato das aves com substâncias abrasivas nas gaiolas ou viveiros, pinturas ou soluções desinfetantes em alta concentração.
Pododermatite Bacteriana: causada pelo Staphylococcus aureus (agente mais freqüente), Pseudomonas aeruginosa, Mycobacterium tuberculosis, geralmente associados a processos primários. Diagnosticados com base em cultura, biópsia e citologia.
Deficiências nutricionais: deficiências de zinco, manganês, vitamina A, ácido fólico, biotina que podem ser cause de lesões na pele. Alimentação desbalanceada em termos de cálcio e fósforo, que podem dar causa à fraturas.
Traumatismos: Anilhas com rebarbas, objetos cortantes na gaiola, por traumas nos poleiros, com fissuras na pele do coxim plantar seguida de infecção bacteriana secundária etc., podem lesionar e até fraturar os dedos dos pés ou mesmo fraturas causadas decorrente a queda de gaiolas com a ave em seu interior, queda da mão ou ombro do proprietário e ainda fraturas causadas por desnutrição e doença ósteo-metabólica.
Agentes parasitários: Picadas de insetos como pernilongos, mosquitos e piolhos, podem levar a uma inflamação inicial que predispõe à infecção bacteriana e também a própria picada gera incômodos para os pássaros.
Outras: Autotraumatismos, deformações congênitas, infecções virais (bouba aviária, herpes vírus, papilomas), infecções fúngicas (Aspergillus, Dermatophyto. Podem atuar como agentes primários ou serem secundários a processos imunodepressivos. Podem estar associados à infecção bacteriana), etc.
A pododermatite inicia-se em função de abrasões (traumas superficiais), formando uma lesão eritematosa e pruriginosa, tornando-se exudativa e ulcerativa com o avanço dos sinais (aumentam rapidamente e assumem uma coloração avermelhada com presença de pus) estas lesões podem evoluir para necrose dos pés e um quadro de infecção generalizada (septicemia), levando a ave à morte.
Todos os tipos de lesão da pele e patas geram inicialmente uma alteração vascular do tipo congestiva, com edema do local, fragilizando os tecidos adjacentes. O principal agente isolado de lesões de pododermatite é o Staphyloccocus SSP, um coco Gram-positivo encontrado no ambiente, trato respiratório e pele de pessoas e animais. Dentre eles, o Staphyloccocus aureus é o agente mais comum.
Os pássaros atingidos ficam apáticos e podem adotar o fundo da gaiola como refúgio, ficam com o(s) pé(s) levantados ou encolhidos por causa da dor, perdem o apetite e se não notado a tempo podem morrer. Esta patologia pode acometer muitas espécies, mas é bem mais comum encontrar em canários.
A maioria das patologias dos pés podem causar seqüelas como artrose (atrofia articular), queda das unhas, necrose de dedos ou mesmo das patas. A outra pata não atingida acaba ficando comprometida pelo peso que fica sobre ela, pois a ave recolhe a pata afetada. Muitas vezes ela apóia o peito no poleiro e começa a ferir a quilha. Neste local pode haver uma infecção também.
As lesões de pododermatite podem se apresentar em vários graus de severidade, e isso influenciará no tratamento a ser utilizado. Lesões mais leves podem ser tratadas com anti-sépticos locais, pomadas cicatrizantes e higienização dos viveiros, poleiros e manejo alimentar. Lesões mais graves devem ser avaliadas radiologicamente para averiguar a presença ou não de osteomielite. O uso de antiiflamatórios locais traz benefícios visíveis ao tratamento e Antibioticoterapia. Por se tratarem de lesões exudativas a realização de curativos freqüentes conforme a necessidade de cada caso auxilia na aceleração da cura clínica.

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